Sao Tome
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PARA: Pedro Rita Vaz Alcântara

Pedro amigo,

Inesperada como sempre, a morte abriu caminho e levou consigo um dos mais valiosos seres que a Natureza concedeu a S. Tomé e Príncipe.

E eu, que contigo convivi, garoto ainda, no Riboque de outros tempos, quando eras o enfermeiro a que a família recorria em horas que suscitavam cuidados especiais em termos de saúde, não posso deixar de rememorar o percurso encetado por ambos em domínios diversos, sempre aliados em objectivos comuns, abarcando o desporto (exemplos disso, no mui digno representante do orgulho e da dignidade dos santomenses no período colonial, o Sporting Clube de S. Tomé, e no glorioso Vitória do Riboque, dos primeiros anos pós-independência) e a política, sobretudo na luta pela implantação do multipartidarismo, em que fomos dois dos dez membros do furtivo encontro que daria azo ao surgimento do decisivo Grupo de Reflexão e, este, ao Partido de Convergência Democrática (PCD), de que foste imprescindível e abnegado membro.

 Em tom de apiedada consolação, há que reconhecer que cada um tem inventariado o seu dia, que se materializa sob as mais bizarras e inesperadas formas, mas tal não deixa ainda assim que prescinda de uma infinita mágoa e dor ao ver partir para sempre o amigo de longa data, um cidadão de tão elevada estirpe profissional, social e moral, cujas virtudes constituirão decerto, não o duvido, uma generosa herança para o país que tanto amou em vida.

À família enlutada, ao partido PCD e aos demais amigos, que sei lamentarem sentidamente a tua partida, as minhas mais profundas condolências. 

DESCANSA EM PAZ!