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Américo Barros fica – Decisão de Vila Nova anulou vontade de Bom Jesus

O Primeiro-ministro Jorge Bom Jesus sofreu uma derrota política na última semana. O Presidente da República Carlos Vila Nova chumbou o pedido ou a solicitação feita pelo Conselho de Ministros para que Américo Barros governador do Banco Central, fosse exonerado das suas funções.

«Não há fundamentos legais para a sua exoneração. A decisão está tomada. O governador do Banco Central não foi exonerado, por considerar que não estavam reunidas todas as condições legais para o fazer», declarou o Presidente da República, no último fim-de-semana no aeroporto internacional de São Tomé, quando regressou da visita oficial à Guiné Equatorial.

Carlos Vila Nova explicou ainda que a sua decisão de manter Américo Barros como governador do Banco Central, foi comunicada ao Governo antes da sua viagem à Guiné Equatorial.

Um balde de água fria para o Primeiro-ministro Jorge Bom Jesus, que pretendia sancionar Américo Barros, por ter sido seu concorrente ao cargo de Presidente do partido MLSTP.

A tentativa de “caçar” Américo Barros foi lançada por Jorge Bom Jesus, logo após o congresso do partido MLSTP. Enquanto Presidente do MLSTP, Jorge Bom Jesus foi reeleito com 260 votos a favor. Américo Barros, que era vice-Presidente do partido decidiu concorrer ao cargo de Presidente, numa disputa com Jorge Bom Jesus. Mereceu a confiança de 147 congressistas, tendo sido o segundo candidato mais votado no congresso electivo do MLSTP em Março último.

Imediatamente depois do congresso, Jorge Bom Jesus, na qualidade de Primeiro-ministro e Chefe do Governo convocou o conselho de ministros e decidiu pela exoneração do governador do Banco Central Américo Barros, e seu camarada de partido.

«Naturalmente, o senhor Governador acabou por se expor durante o congresso do MLSTP, que foi bastante mediatizado, tanto ao nível nacional, como ao nível internacional», referiu Jorge Bom Jesus numa das suas declarações à imprensa.

Américo Barros expôs-se tanto que tinha que ser exonerado do cargo. Segundo o Primeiro-ministro, o estatuto do Banco Central, «veda a possibilidade dos dirigentes da instituição poderem dirigir organizações sindicais ou políticas ou eventualmente actividade política muito activa».

Presidente da República, Chefe de Estado, o mais alto magistrado da Nação, não concorda com os argumentos do Primeiro-ministro Jorge Bom Jesus.

Carlos Vila Nova veio anunciar que Américo Barros fica no governo do Banco Central até o fecho do mandato.

Uma decisão de Estado, que baralha ainda mais as cartas políticas no seio do partido MLSTP. A divisão e o confronto interno entre as diversas alas, podem agudizar-se exactamente nas vésperas das eleições legislativas, autárquicas e regionais de 25 de Setembro próximo.

Abel Veiga