A direcção de Energia pretende imprimir celeridade na execução dos projectos de transição energética. por isso realizou uma reunião técnica com os principais parceiros internacionais, para concertar as acções a serem dinamizadas nos próximos meses.
No entanto durante o encontro de concertação com os parceiros de desenvolvimento no sector da energia, por duas vezes foi cortado o fornecimento de electricidade na sala de reunião. Os microfones ficaram inactivos, e a escuridão dominou a sala do Hotel Pestana em São Tomé.
Prova evidente de que a crise de energia em São Tomé e Príncipe é grave e crónica.
Antes de ficar no escuro, o Ministro das Infra.-estruturas Adelino Cardoso disse aos presentes que « o objectivo do país é atingir a meta de pelo menos 50% de energias renováveis até 2030, implementando junto aos parceiros deedesenvolvimento as medidas necessárias para atingir o esperado».
Na concertação com os parceiros, a direcção de energia exigiu que o processo de transição energética seja célere.
Os dados divulgados indicam que o país tem enorme potencial para produzir energia através de fontes solar, hídrica e da biomassa.
«Nós temos da parte hídrica cerca de 200 cursos de rios, podemos fazer produção em pequenas capacidades. Da parte solar é uma dádiva da Deus. A biomassa não fica de fora, temos a questão do lixo que é problemática. Podemos utilizar o lixo para produção de energia», explicou o director de energia, Fernando Maquengo.
O Banco Mundial, o Banco Africano de Desenvolvimento, e o PNUD, são parceiros que já disponibilizaram fundos para a transição energética. Mas, segundo a Direcção de Energia na prática não se regista evolução na transição.
«Vamos direccionar esses financiamentos que existem para casos mais concretos, e deixar de brincadeira, porque o cenário é o mesmo, todos os anos, com a população a gritar», reforçou o director do departamento de energia do Ministério das Infra-estruturas.
95% de energia produzida em São Tomé e Príncipe, é de origem térmica a base de gasóleo. Desde o ano 2020 que o Banco Africano de Desenvolvimento(BAD), aprovou um financiamento de 13 milhões de euros, para garantir a transição energética em São Tomé e Príncipe.
A Direcção de Energia contesta a pesada burocracia que torna todo processo bastante moroso. Mário Batsana em representação do BAD, explicou que a morosidade tem a ver muitas vezes com a falta no país, de quadros qualificados para avançar com os processos.
« As pessoas precisam ser capacitadas para responder as exigências do BAD», precisou o quadro do BAD.
Mesmo assim o BAD prometeu para este ano, a inauguração da primeira central de energia solar em São Tomé. Com capacidade para produzir mais de 1megawats de energia, a central solar está a ser montada em Santo Amaro.
«É um projecto que está em implementação e que vai fazer muita diferença na vida dos são-tomenses. A central de Santo Amaro, termina neste ano, e será ligado a rede e vai estabilizar de forma positiva a questão de fornecimento eléctrico aqui em São Tomé e Príncipe», declarou Mário Batsana.
O BAD anunciou que tem outro projecto de produção de energia limpa na ilha do Príncipe. Trata-se da construção de uma central hídrica sobre o rio Papagaio.
Abel Veiga